Você prefere ter R$ 1 milhão no bolso ou receber essa mesma quantia diluída mensalmente ao longo dos anos? A primeira escolha é mais atrativa à primeira vista, mas há inúmeros casos de filhos que enriqueceram subitamente em um processo de herança ou com o recebimento de um seguro de vida, perderam tudo pouco tempo depois e que hoje se arrependem de não terem optado por receber a quantia parcelada.
Para proteger os herdeiros contra uma vida financeira desequilibrada, uma alternativa que tem ganhado força é a contratação de seguro de vida individual com o pagamento do benefício em forma de renda mensal. “Além de pensar na proteção da família, quem contrata esse produto também se preocupa em como os beneficiários vão administrar esse dinheiro”, explica Gustavo Saraiva, que atua na gestão de risco no escritório Acqua Investimentos.
Ao contratar o seguro de vida individual neste modelo, a indenização mensal é calculada considerando a diferença do período de cobertura contratado e o momento em que ocorreu o sinistro. Ou seja, se a apólice foi contratada por um prazo de cobertura de 20 anos, e o segurado faleceu no 13º ano, os beneficiários podem receber o valor da indenização na forma de renda mensal que será paga em sete anos. O tempo mínimo de recebimento da cobertura é de cinco anos.
Saraiva explica que a contratação do seguro de vida com fins de proteção patrimonial, normalmente, tem dois grandes pontos de motivação: assegurar a educação dos filhos e garantir dinheiro em caixa para manter o padrão de vida da família. “Quem opta pela renda familiar costuma ter o seguinte perfil: possui um determinado poder aquisitivo, tem dependentes financeiros ou beneficiários que não saberiam administrar o dinheiro caso recebesse uma indenização de um milhão à vista, por exemplo”, afirma.
Também existe a possibilidade de mesclar os modos de recebimento do benefício: pagamento único parcial complementado com uma renda mensal. “Essa estratégia pode fazer sentido para famílias que tenham uma necessidade maior de capital para o curto ou médio prazo”, explica o profissional da Acqua Investimentos. Esse pagamento único também pode auxiliar a arcar com os custos do inventário, que chegam a representar cerca de 20% do valor da herança em algumas situações.